noticias ao minuto -28/04/2025 23:03
O primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro, afirmou que o "apagão generalizado na rede nacional elétrica" teve origem fora do território português, "muito provavelmente na Espanha".
"Constituímos um gabinete de crise no Governo para
fazer frente a uma situação que ainda é grave, inédita e inesperada",
destacou Montenegro, que falava à imprensa na residência oficial em Lisboa, no
final do Conselho de Ministros.
O governante explicou que a prioridade foi "responder
às situações mais críticas", começando pelos hospitais e em "ajudar
as pessoas mais afetadas".
"Isolamos toda a rede elétrica nacional das
interligações internacionais, que no nosso caso são exclusivamente com Espanha.
Acionamos todos os procedimentos para reativar os geradores nacionais, para
restabelecer o fornecimento da eletricidade. No plano operacional concentramos
a operação no sistema de crise do Sistema de Segurança Interna", explicou
o primeiro-ministro.
As Forças Armadas, a direção executiva do Serviço Nacional
de Saúde e o INEM (serviços de emergências) formaram também "gabinetes de
crise para um acompanhamento permanente e em articulação com o
Governo".
O Conselho de Ministros, passou o dia reunido de "forma
permanente, em modo de gestão de crise". "Estive em contato
permanente com o Presidente da República e tive ocasião de falar com o maior
partido da oposição, a presidente da Comissão Europeia, o presidente do
Conselho Europeu e o governo espanhol. Mantivemos também contato permnente com
a REN, que é responsável por garantir o transporte da eletricidade
nacional", revelou.
Montenegro esclareceu que o fato de o Conselho de Ministros
ter decretado "situação de crise energética" possibilitou que,
"durante todo o dia" fosse fornecida energia em "serviços
essenciais e entidades críticas e prioritárias na área da saúde, órgãos de
soberania, órgaos de comunicação social, grande distribuição alimentar e o
sistema de pagamentos eletrônicos".
O Governo deu indicações aos distribuídores de combusível
para que fosse garantido o "fornecimento aos serviços críticos", para
que pudessem manter atividade.
"Indicamos à REN os serviços prioritários, como os
hospitais. Procedemos à evacuação dos passageiros presos nos transportes de
Lisboa e Porto", informou Montenegro.
ANAC autorizou "todos os voos noturnos"
A Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) autorizou, a
pedido do Governo, "todos os voos noturnos" com o objetivo de
"assegurar uma rápida recuperação dos atrasos".
"O Governo, em articulação com ANA - Aeroportos de
Portugal, está tentando assegurar o apoio necessário à alimentação e
necessidades mais urgentes dos passageiros no Aeroporto de Lisboa",
assegurou o primeiro-ministro.
Escolas poderão reabrir terça-feira "se não houver mais
perturbações"
As escolas poderão reabrir na terça-feira "se não
houver nenhuma perturbação no processo de reabastecimento" de energia,
depois do apagão desta segunda-feira.
"Não vemos razão para que não possam abrir amanhã em
uma situação de normalidade se não houver nenhuma perturbação neste processo de
reabastecimento", afirmou Luís Montenegro.
O primeiro-ministro disse também esperar que na terça-feira
seja retomada a normalidade na distribuição de bens essenciais, medicamentos ou
combustível, apelando aos portugueses para moderarem os consumos ao necessário.
"Apesar de todas as adversidades, os serviços
essenciais mantiveram-se em funcionamento e o Estado mostrou capacidade de
resposta. O abastecimento está sendo reposto gradualmente. Em algumas regiões
do país a eletricidade já foi restabelecida, sendo esperado o
restabelecimento total nas próximas horas", prevê.
No entanto, o primeiro-ministro avisa que a "demora na
retoma pode ser superior em Portugal em comparação ao que está sendo na
Espanha".
"Espanha tem a possibilidade de ter interligações com
outros países e Portugal só está ligado a Espanha", esclareceu.
Por fim, Montenegro destacou a "compreensão, serenidade
e sentido cívico" demonstrada pelos portugueses durante esta situação de
"crise energética".