cnn -27/05/2025 12:55
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode avançar com novas sanções à Rússia nos próximos dias, expressando sua frustração com Vladimir Putin devido aos ataques aéreo contra a Ucrânia no fim de semana, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.
Foram elaboradas, nas últimas semanas, opções para aplicação
de novas medidas punitivas a Moscou, mas até o momento Trump não as aprovou.
O presidente disse no domingo (25) que consideraria
"absolutamente" novas sanções após um bombardeio contínuo com mísseis
e drones que deixou muitos mortos.
"Ele está matando muita gente. Não sei o que há de
errado com ele. O que diabos aconteceu com ele?", pontuou Trump sobre
Putin no domingo.
De toda forma, o presidente americano ainda pode decidir não
aplicar as novas sanções, de acordo com as fontes, o que seguiria exemplos
anteriores de recuo em ameaças de atingir a Rússia por suas ações na Ucrânia.
Trump declarou, em particular, estar preocupado que novas
sanções possam afastar a Rússia das negociações de paz.
Parlamentares pressionam Trump por sanções
Parlamentares democratas e republicanos estão pressionando
Trump para aumentar significativamente as sanções americanas após os ataques do
fim de semana.
"Todos nós, por meio de nossas declarações públicas e
contatos privados, estamos pressionando muito, muito fortemente", revelou
o senador democrata Richard Blumenthal à CNN na segunda-feira (26).
Blumenthal é uma figura-chave por trás de um projeto
multipartidário no Senado que visa impor novas medidas "paralisantes"
a Moscou.
O texto também é apoiado pelo senador Lindsey Graham, aliado
de Trump.
O projeto incluiria "sanções secundárias", como
tarifas massivas de 500% sobre os países que compram energia russa. Mais de 80
senadores assinaram o projeto bipartidário até o momento.
Após conversar com Putin na semana passada, Trump destacou a
líderes europeus por telefone que não se juntaria a eles, por enquanto, na
aplicação de novas medidas contra Moscou, embora já tivesse sinalizado
disposição de adotar uma abordagem mais dura com o chefe de Estado russo,
segundo uma autoridade europeia.
Trump "acredita que, agora mesmo, se começarmos a
ameaçar com sanções, os russos vão parar de conversar, e há valor em podermos
conversar com eles e levá-los a se sentar à mesa [de negociações]", disse
o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, aos parlamentares do Comitê de
Relações Exteriores do Senado na semana passada.
A fala foi feita um dia depois de Trump e Putin terem conversado por telefone. “Como veremos,
eles têm que fazer isso, ninguém está dizendo que isso é uma garantia.",
adicionou.
Após os comentários mais recentes de Trump, o presidente da
França, Emmanuel Macron, expressou a esperança de que o líder americano mude de rumo.
“O presidente Trump percebe que, quando o presidente Putin
disse ao telefone que estava pronto para a paz, ou disse a seus enviados que
estava pronto para a paz, ele mentiu”, destacou Macron na segunda-feira.
“Vimos mais uma vez, nas últimas horas, Donald Trump
expressar sua raiva. Uma forma de impaciência. Agora, simplesmente espero que
isso se traduza em ação", adicionou.
Trump já havia levantado a possibilidade de novas sanções ao
setor bancário russo e sanções secundárias aos compradores de produtos
energéticos russos.
Ambas as opções foram elaboradas, mas não estava claro quais
medidas específicas o presidente dos EUA está considerando após o bombardeio
russo na Ucrânia no fim de semana.
*Matthew Chance, da CNN, contribuiu para esta
reportagem