metropoles -01/06/2025 23:18
O governo Lula está dividido em torno de um projeto que autoriza
a venda de medicamentos isentos de prescrição em supermercados. Integrantes da
equipe econômica defendem a medida como uma forma de aumentar a arrecadação e
gerar empregos. Já o relator da proposta, senador e presidente do PT, Humberto Costa, é contra e
alerta para os riscos à saúde pública e ao uso indiscriminado de remédios.
A coluna apurou que o Ministério da Fazenda vê com bons
olhos o potencial de ampliação do mercado com a entrada dos supermercados no
setor. A medida também é vista como oportunidade para estimular a geração de
empregos, uma vez que o projeto impõe a exigência de que os estabelecimentos
contratem um farmacêutico como responsável técnico para orientar os
consumidores de forma presencial ou virtual.
O Ministério da Saúde, por sua vez, é contrário ao projeto.
“Entre os pontos de discussão estão o uso racional de medicamentos e as
condições sanitárias exigidas para armazenamento e dispensação desses
produtos”, informou a pasta à coluna
Autor e relator em lados opostos
O autor do projeto, senador Efraim Filho (União-PB),
argumenta na justifica do texto que “há muito o Brasil precisa modernizar sua
legislação sanitária concernente à assistência farmacêutica, emulando os países
mais desenvolvidos e permitindo a venda de medicamentos isentos de prescrição
em estabelecimentos não farmacêuticos”.
O senador Humberto Costa, por sua vez, declarou na tribuna
do Congresso que a proposta vai “jogar gasolina na fogueira” e que se trata de
uma “empurroterapia”.
“Medicamentos serão vendidos em promoções relâmpago, ao lado
de pacotes de salgadinhos e refrigerantes, sem qualquer orientação
profissional, sem farmacêutico, sem controle técnico. É irresponsabilidade.”