metropoles -11/06/2025 23:07
A Câmara dos
Deputados aprovou, nesta quarta-feira (11/6), o Projeto de Lei
4.149/2004, que altera o Estatuto do Desarmamento e endurece as penas para
crimes envolvendo armas
de fogo, especialmente as classificadas como de uso proibido. A proposta,
do deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), teve 273 votos favoráveis e 153
contrários. Os destaques — sugestões de alteração no texto-base — foram
rejeitados e a proposta vai ao Senado Federal.
A principal mudança aprovada é o aumento da pena para o
crime de disparo de arma de fogo em locais habitados ou em via pública.
Atualmente, a pena varia de 2 a 4 anos de prisão. Com a nova redação, passa a
ser de 3 a 6 anos quando o disparo envolver arma de uso proibido.
Outro ponto do projeto é a criação de
uma definição legal para armas e munições de uso proibido, o que, segundo os
defensores da proposta, traz mais segurança jurídica.
A mudança foi incluída por meio de uma emenda do deputado
Ismael Alexandrino (PSD-GO), aprovada com apoio da Comissão de Segurança
Pública e da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.
O novo §3º do artigo 16 do Estatuto passa a considerar
como de uso proibido:
armas e munições assim classificadas em tratados
internacionais dos quais o Brasil é signatário;
armas dissimuladas com aparência de objetos inofensivos;
munições incendiárias ou químicas.
Além disso, o texto aumenta a pena para posse ou porte ilegal dessas
armas. Se antes a punição era de 3 a 6 anos de prisão, agora a pena pode
chegar a 6 a 12 anos nos casos de uso proibido.
Nos crimes de comércio ilegal e tráfico internacional de
armas (artigos 17 e 18 da lei), a pena será aplicada em dobro se os artefatos
forem de uso proibido.
O projeto também estabelece que as novas regras podem ser
aplicadas conjuntamente com sanções da Lei de Drogas, conforme o Código Penal,
o que permite a aplicação de penas cumulativas.
Apesar da aprovação, a sessão foi marcada por forte tensão e
troca de acusações entre parlamentares. O deputado Gilson Marques (Novo-SC),
por exemplo, chegou a solicitar o encerramento da sessão, mas o pedido foi
negado. A votação, no entanto, foi concluída com maioria favorável à proposta.