folhapress -14/06/2025 19:18
O Irã alertou os Estados Unidos, o Reino Unido e a
França que suas bases militares serão alvos caso tentem bloquear sua retaliação
contra Israel, que atacou infraestruturas nucleares iranianas e matou dois
líderes da cúpula militar do país na quinta-feira (12).
Qualquer país que tente interferir nas ofensivas será
atacado, ameaça comunicado. ''Estará sujeito a ter todas as bases regionais do
governo cúmplice atacadas pelas forças iranianas, incluindo bases militares nos
países do Golfo Pérsico e navios e embarcações navais no Golfo Pérsico e no Mar
Vermelho", disse hoje o Irã em uma declaração citada pela agência de
notícias iraniana Mehr.
Donald Trump, presidente dos EUA, já afirmou que ajudaria a
defender Israel. Ele admitiu que ''sabia de tudo'' sobre o ataque israelense e
ofereceu apoio à decisão de lançar uma série de ofensivas devastadoras ao Irã,
demonstrando disposição para adotar o uso da força militar para impedir o
programa nuclear de Teerã. O republicano chamou ainda de ''excelente'' o
desempenho dos militares israelenses.
O chefe da diplomacia americana, Marco Rubio, advertiu o Irã
que não faça represálias contra os soldados americanos que estão em países
árabes. "Os Estados Unidos calcularam que podem ajudar Israel, e os
iranianos obviamente estão cientes disso, mas, no fim das contas, pelo menos
publicamente, os Estados Unidos permanecem à margem", declarou Alex Vatanka,
diretor fundador do programa sobre o Irã do Middle East Institute, em
Washington.
A França disse que ajudará Israel a se defender ''se estiver
em condições de fazê-lo''. Ontem, durante uma coletiva de imprensa, o
presidente Emmanuel Macron falou que o país não tem intenção de participar de
operação ofensiva, mas ajudaria na defesa, se pudesse.
Macron também se posicionou contra o programa nuclear
iraniano. Ele criticou Teerã por ter acumulado "quase 40 vezes mais urânio
enriquecido do que tinha autorização", "contornando todas as suas
obrigações com a comunidade internacional e descumprindo suas próprias
promessas".
O Reino Unido diz não ter ajudado Israel no ataque ao Irã. O
primeiro-ministro, Keir Starmer, falou com Benjamin Netanyahu ontem para
enfatizar que Israel tem o direito à autodefesa, mas que o conflito precisa de
uma solução diplomática.
IRÃ E ISRAEL TRAVAM BATALHA
Ataque iraniano deixou dois mortos e feriu 19 pessoas hoje
em Israel. Um míssil atingiu casas na cidade de Rishon Lezion, no centro de
Israel, segundo o serviço de resgate israelense MDA (Magen David Adom). O
ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, disse que o Irã cruzou a linha
vermelha ao atingir civis e "pagará um alto preço por isso".
Uma israelense morreu em um ataque de mísseis iranianos
contra Israel ontem. A informação foi dada pelo site The Jerusalem Post, que
também havia informado o número de 63 feridos antes do ataque ocorrido em
Rishon Lezion.
No Irã, ataques israelenses de ontem deixaram 78 mortos. Em
discurso na ONU, um enviado iraniano afirmou que dezenas de pessoas morreram e
320 ficaram feridos. Entre as vítimas estão militares de diversas patentes,
além de cientistas que trabalhavam em bases nucleares e civis.
Episódio agravou conflito militar envolvendo as duas nações
no Oriente Médio. Mais cedo, o porta-voz do exército israelense, Effie Defrin,
disse que o país atingiu mais de 200 alvos no Irã desde a madrugada. Além de
Isfahan, uma instalação nuclear de Natanz também foi atingida durante a onda de
ataques israelenses ao território iraniano.